Hortoterapia tem impacto na Saúde Mental: O cultivo de plantas e flores pode ajudar na saúde mental.

Segundo um estudo Britânico a prática de atividades relacionada a Jardinagem, reduz a sensação de solidão e aumenta o bem estar geral.

Herlane Moreira

A Hortoterapia desempenha um papel importante na saúde mental ao promover o bem-estar emocional e psicológico através do contato com a natureza e o cultivo de plantas.

Antes de mais nada, precisamos entender o que é  a hortoterapia.

A hortoterapia é uma técnica que insere pacientes de tratamentos psíquicos em espaços de recreação ao ar livre, usando como base a horta e jardins. Antes do início da interação desses pacientes com frutos, vegetais e plantas, ele é ensinado, de maneira prática e rápida, a cuidar daquela horta e das plantas, quais são as precauções que deve tomar e o comprometimento que deve ter.

A grande sacada da técnica é que esses pacientes são responsáveis por todo o cultivo e cuidado, desde o plantio, à responsabilidade de regar, aparar folhas com vermes ou fungos, colocar adubo e fazer a manutenção para que esteja sempre saudável. Conforme os vegetais e as plantas vão crescendo, os pacientes falam sobre os progressos e conversam sobre como ajudar o colega, caso as coisas não estejam tão bem.

No fim do ciclo, que é definido pelo tempo de amadurecimento de cada vegetal, hortaliça ou planta, os alimentos são colhidos e consumidos pelos pacientes em grupo, sendo a grande cereja do bolo para quem passou meses dedicando-se à atividade.

Existem dois tipos de de hortoterapia. 

A hortoterapia passiva

A terapia feita de modo passivo é usada em casos mais específicos ou, na maior parte das vezes, em pessoas que estão iniciando esse módulo de tratamento. Nela, o paciente entra em contato com a natureza, mas não para modificá-la.
A hortoterapia passiva usa-se mais dos estímulos sensoriais para a eficácia do tratamento. O paciente é colocado na natureza, pode tocá-la, sentar no chão, sentir o ar no rosto, mas não precisa, necessariamente, interagir com ela. Ele não cultiva uma horta em primeiro momento, apenas vê uma, sentir seu cheiro e tocá-la. É usada, principalmente, em pacientes com algum problema motor.

A hortoterapia ativa

No módulo de hortoterapia ativa, o paciente é mais autônomo, interage com a horta e plantas, ela vai plantar, regar, colher e fazer tudo que o tratamento disponibiliza. Ele aprende sobre os processos da natureza e então, somente depois disso, coloca a ‘mão na massa’.
É válido dizer que, tanto a ativa quanto a passiva são fundamentais para a melhora do paciente e uma não é melhor do que a outra, são apenas modalidades diferentes. O paciente em contato com a natureza, manuseando-a ou não, já tem uma melhora significativa em seu quadro clínico, pois a sensação que essa terapia propõe é muito maior que a interação praticada.

Agora veremos os principais benefícios que essa prática oferece para a saúde mental:

1- Redução do estresse e ansiedade: A jardinagem e o cultivo de plantas proporcionam uma atividade relaxante que ajuda a irritar a mente e aumentar os níveis de estresse. O contato com a natureza ativa os sentidos, promovendo sensações de paz e equilíbrio emocional, o que pode ser muito eficaz para reduzir a ansiedade.

2- Aumento da autoestima e da confiança: O ato de cuidar e nutrir uma planta, desde o plantio até o florescimento, gera uma sensação de conquista e propósito. Isso pode ser particularmente importante para pessoas com baixa autoestima, depressão ou que estão passando por momentos difíceis na vida, já que a hortoterapia proporciona um senso de realização.

3- Desenvolvimento da paciência e resiliência: Cultivar plantas requer tempo, paciência e atenção, o que pode ajudar a desenvolver habilidades de resiliência emocional. Para pessoas lidando com crises ou problemas de saúde mental, essa prática ensina a valorizar o processo e lidar com as frustrações de forma mais saudável.

4- Estimulação do humor e combate à depressão: Diversos estudos indicam que o contato com a natureza aumenta a produção de endorfinas e serotonina, neurotransmissores relacionados à felicidade e ao bem-estar. A hortoterapia, ao fornecer essa conexão, é eficaz para combater sintomas de depressão e promover um estado emocional mais positivo.

5- Promoção de atenção plena: Trabalhar com plantas envolve a observação de detalhes e a conexão com o momento presente. Isso favorece a prática de mindfulness, que é uma técnica amplamente utilizada para melhorar o bem-estar mental, aliviando preocupações excessivas e pensamentos ruminativos.

6- Redução do isolamento social: Em programas de hortoterapia em grupo, a atividade pode promover a interação social, ajudando a combater o isolamento, que é um fator de risco significativo para problemas de saúde mental. O trabalho coletivo em jardins comunitários, por exemplo, pode fortalecer laços sociais e melhorar o apoio emocional.

7- Sensação de controle e autonomia: Para pessoas que se sentem impotentes ou sem controle sobre suas vidas devido a crises ou transtornos mentais, a jardinagem oferece uma atividade em que elas têm controle direto sobre o processo. Isso pode restaurar a sensação de autonomia, essencial para a recuperação emocional.

8- Efeitos calmantes no sistema nervoso: A exposição à natureza e o contato com o solo têm efeitos comprovados na redução da frequência cardíaca e da pressão arterial, o que contribui para um estado de relaxamento, relaxamento dos sintomas de estresse e transtornos de ansiedade.

Em resumo, a hortoterapia oferece uma abordagem prática e natural para cuidar da saúde mental, ajudando as pessoas a se reconectarem com a natureza, desenvolver habilidades emocionais e sociais e promover o equilíbrio psicológico em um ambiente relaxante, sabemos que a natureza é o princípio fundamental do ‘nós’. Ela é responsável pelo nascimento e pela morte, seja das flores, dos frutos, dos animais ou das pessoas. E, quando estamos em contato com ela, retornamos ao que chamamos de casa. É sob essa proposta que a hortoterapia trabalha.

A ideia é simples: expor pacientes que precisam de amparo psíquico ou emocional às atividades recreativas na natureza, focando principalmente em hortas, que podem ser mais fáceis de cuidar e sendo práticas de cultivar. Os resultados são visíveis, com ações diretas e bem-estar imediato.

Em grande parte dos casos, a hortoterapia auxilia na interrupção dos medicamentos, pois trabalha resgatando a essência dos pacientes, deixando-os mais centrados e mais conectados com a realidade e a sociedade.

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